sábado, 25 de fevereiro de 2023

 “A burguesia, na acepção original do termo, sempre foi formada por uma classe de poupadores, de

pessoas que honravam suas palavras e respeitavam seus contratos, de pessoas que tinham uma

profunda ligação à família. Essa classe de pessoas se importava mais com o bem-estar de seus filhos,

com o trabalho e com a produtividade do que com o lazer e o deleite pessoal.

As virtudes da burguesia são as tradicionais virtudes da prudência, da justiça, da temperança e da

fortaleza (ou força). Cada uma delas possui um componente econômico – vários componentes

econômicos, na verdade.

A prudência dá sustento à instituição da poupança, ao desejo de adquirir uma boa educação para se

preparar para o futuro, e à esperança de poder legar uma herança aos nossos filhos.

Com a justiça vem o desejo de honrar os contratos, de dizer a verdade nos negócios e de fornecer uma

compensação para aqueles que foram injuriados.

Com a temperança vem o desejo de se controlar e se restringir a si próprio, de trabalhar antes de folgar, o

que mostra que a prosperidade e a liberdade são, em última instância, sustentadas por uma disciplina

interna.

Com a fortaleza vem a coragem e o impulso empreendedorial de se deixar de lado o temor desmedido e

de seguir adiante quando confrontado pelas incertezas da vida.

Essas virtudes são os fundamentos tradicionais da burguesia, bem como a base das grandes

civilizações.

Porém, a imagem invertida destas virtudes mostra como o modo virtuoso do comportamento humano

encontra seu oposto nas políticas públicas empregadas pelo estado moderno. O estado se posiciona

diretamente contra a ética burguesa, sobrepujando-a e fazendo com que seu declínio permita ao estado

se expandir em detrimento tanto da liberdade quanto da virtude.” (Lew Rockwell, em A burguesia e suas

virtudes cardinais; o Estado e seus pecados capitais)

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